*ACORDA BRASIL*
Acorda
Brasil,
Teu berço esplêndido
há tempos ruiu.
Infestado por ratos,
no Planalto e no Congresso,
todos muito bem entocados,
são chamados
Presidente, ministros,
senadores e deputados.
Acorda
Brasil,
que os ratos estão famintos
e utilizam você
para serem blindados.
Você, povo brasileiro,
submetido a um calvário
e agora manipulado,
para atacar o Judiciário.
Acorda
Brasil.
Desde quando os magistrados
tornaram-se seus inimigos ?
Servidores altamente capacitados,
que atenderam a um chamado,
mediante concurso selecionados,
para servirem ao povo
em nome do Estado.
Mas, de repente, esses agentes,
com exigência constitucional,
de dedicarem-se exclusivamente
a defender o direito,
passaram a ser execrados,
por um benefício
pelo CNJ e STF chancelados:
o auxílio-moradia,
apenas um artifício,
de recomposição do salário.
Mas
acorda Brasil.
Se o auxílio-moradia foi assim
tamanha ousadia;
se era mesmo isso que realmente
te sangrava e te doía;
se foi esse o desvio,
o objeto de apuração
de tanta corrupção,
na mega-operação
de investigação lava-jato;
Eu decreto:
extinga-se o auxílio-moradia,
extinga-se por um único ato,
mas que também registraria:
“ fica resguardada a remuneração
digna,
o respeito à magistratura,
seus direitos e garantias! “.
Acabe logo com
o auxílio-moradia,
se é isso, e apenas isso,
que te satisfaz.
Só não se esqueça que tudo isso
é parte de uma campanha
difamatória que se faz
pelo Governo e
por um Congresso ladravaz.
Ou você acha que não tem
Congressista por trás ?
Não é à toa, desproposital ou sem
nexo,
que um Senador
referiu-se a um Magistrado por
“juizeco”.
Esse mesmo parlamentar faltou ao
trabalho e
exigiu da FAB uma aeronave.
E qual seria a missão importante?
Querendo cobrir sua careca,
viajaria para fazer um
implante.
Tudo pago pelo Senado ?
Ledo engano, leitor.
Isso era dinheiro desviado.
Após ter sido flagrado,
sem desculpa, pena ou reprimenda,
apenas ressarciu ao erário.
De fato, a campanha é sórdida.
Políticos investigados
foram denunciados e,
finalmente na nossa
história,
julgados e condenados.
Era inevitável,
ficaram todos acuados !
Restou-lhes jogar esse povo,
já sacrificado,
contra o trabalho da Polícia,
MP e Judiciário.
Acorda
Brasil.
A estratégia foi sempre assim,
muito desleal.
Dividir o Brasil entre
o “bem” e o “mal”;
fazer brigarem brasileiros
mal informados.
“Petralhas” contra “coxinhas”,
“trabalhadores” contra
“privilegiados”.
Todos jogados numa rinha.
Enquanto os ratos, unidos,
fazem a festa na cozinha.
Acorda
Brasil,
Não é possível tamanha inocência.
Tolerar tantos políticos
envolvidos
sem a menor decência,
em lamaçais de corrupção,
enquanto o povo assiste
pacífico, quieto e sem ação.
Não é por menos que um deles há
poucos dias urdia,
com outros comparsas
de trapaças,
que fosse o que fosse, mas não se
cessasse a “putaria”.
Tenha santa paciência.
Dizem eles agora que
o problema é a Previdência.
Com campanhas orquestradas,
e rios de orçamento público
nelas derramadas,
apontam, como únicos culpados,
os servidores públicos,
chamados de “vagabundos”
ou “privilegiados”.
Acorda
Brasil.
Não é o servidor
que se aposenta
com um único mandato.
Privilegiado é o político no
Congresso encastelado,
com salário, verbas de gabinete,
indenizações para quaisquer gastos (de férias ou a trabalho)
e ainda com foro privilegiado.
Como podem os servidores, assim
também os magistrados, permitir serem distratados ?
Logo por essa cúpula,
seus superiores hierárquicos.
Se querem respeito,
que sejamos todos nós,
povo brasileiro,
igualmente respeitados.
Servidores públicos e assim
também nós magistrados,
não visamos enriquecer,
quando a concursos
decidimos nos submeter.
Mas acreditávamos na crença
de que a Administração prometia,
que após tanta
dedicação exclusiva,
nossa aposentadoria
fosse ao menos
uma garantia.
Falta-lhes ética,
daquela que se aprende
na infância,
em jogos e em brincadeiras
de criança.
Quando alguém,
após iniciado o jogo,
tentava alterar alguma regra,
dizia-se: “é ladrão”,
“quer roubar”.
Brasil, Brasil..
está na hora de acordar.
Carlos Augusto de Lima Nobre
Juiz do Trabalho Substituto
Brasília - DF
18/02/2018”
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