NOTÍCIA PUBLICADA NO SITE DA ANAMATRA
06 de fevereiro de 2013
Temas de Interesse | CNJ | DCI - Comércio,
Indústria e Serviços | Política | SP
Barbosa
chama de especulação a ameaça de desobediência ao STF
A maioria dos ministros da corte entendeu que cabe
à Câmara apenas formalizar as perdas de mandato
BRASÍLIA - O
presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Joaquim
Barbosa, chamou de "especulação" nesta terça-feira (5) a ameaça da
nova cúpula da Câmara dos Deputados de não cumprir decisão do tribunal que
determinou a cassação automática do mandato dos quatro deputados condenados no
julgamento do Mensalão.
Segundo Barbosa,
isso não deve ocorrer. Questionados pelos jornalistas, cinco dos sete
integrantes do novo comando da Câmara eleitos ontem disseram que a palavra
final sobre a perda do mandato dos parlamentares condenados no Mensalão é da
Câmara.
O presidente do
Supremo minimizou a articulação dos deputados. "A mim [isso] não preocupa
nem um pouco", afirmou, ao deixar reunião do Conselho
Nacional de Justiça. A perguntas sobre eventuais punições à Câmara
pelo descumprimento da decisão do tribunal, disse: "Isso é só especulação.
Não acredito que isso vá ocorrer". Quatro parlamentares foram afetados
pela decisão do Supremo: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP),
José Genoino (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
A maioria dos
ministros da corte entendeu que cabe à Câmara apenas formalizar as perdas de
mandato. Isso só ocorrerá depois de o julgamento transitar em julgado (quando
não há mais possibilidades de recurso). Não há data para isso. A tese de que
cabe à Câmara decidir sobre a cassação dos mandatos é referendada pelo novo
presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Em janeiro,ele já havia
dito que a palavra final era da Câmara. "Não [abro mão de decidir], nem o
Judiciário vai querer que isso aconteça". Ontem reforçou: "Essa é a
lógica da Câmara, não é? Vai ser finalizado aqui".
Do novo comando
da Casa, só o primeiro-secretário, Márcio Bittar (PSDB-AC), e o
terceiro-secretário, Maurício Quintella (PR-AL), defenderam o cumprimento da
decisão do STF.
Uma alternativa
que está sendo discutida por Alves e pelos demais integrantes da cúpula é a
criação de uma corregedoria independente à Mesa Diretora para tratar de todos
os processos e denúncias que envolvem parlamentares. De acordo com o
segundo-vice-presidente, Fábio Faria (PSD-RN), o novo órgão deverá ser composto
por cinco deputados, um dos quais presidirá o colegiado. Depois da decisão
proferida pelo STF sobre o
processo do Mensalão, a corregedoria ficaria responsável por fazer um parecer
sobre qual entendimento a Casa deve tomar quanto ao futuro dos mandatos dos
condenados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário