estudávamos a expansão da justiça itinerante em novos municípios; além dos
contatos com os advogados da região, era preciso esclarecer a população sobre a
importância deste novo serviço público; conversei com uma amiga jornalista e
ela se dispôs a ajudar; gravou sem nenhum custo um spot para veiculação nas rádios comunitárias; ficou bonito; tinha
até um fundo musical fazendo referência ao refrão de trabalhador, trilha sonora de Seu Jorge; quando cheguei na cidade,
parei numa farmácia para comprar algo e, enquanto pagava, ouvia um carro de som
passando em frente com o spot; a
música era estridente; empolgante; parecia anúncio de um show; olhei para o
diretor de secretaria, que começou a sorrir; o atendente olhou pra mim e
perguntou: “vocês são o pessoal da justiça do trabalho?”; “sim, somos nós”;
“ah, eu tenho um problema que nunca resolvi, como faço?”; “vai lá que o pessoal
está disponível para tirar suas dúvidas”; e chegou dúvida de todo gênero;
casamento; segunda via de carteira de identidade; saque de FGTS; despejo;
aposentadoria; pensão alimentícia; reconhecimento de paternidade; reclamações
sobre transporte público e sistema de saúde; descobri que a desinformação sobre
direitos é uma realidade ainda muito distante de solução; descobri mais ainda
que a nossa missão ali é bem ampla; levar justiça e cidadania ao povo, ao
povão; retornei para Dianópolis admirando as belas paisagens, refletindo sobre
o que eu estava fazendo ali; ouvi atentamente Seu Jorge: e sem dinheiro vai dar um jeito, vai pro serviço, é compromisso, vai
ter problema se ele faltar, salário é pouco, não dá pra nada, desempregado
também não dá, e desse jeito a vida segue sem melhorar, trabalhador,
trabalhador brasileiro; complemento: a justiça na estrada; vida que segue;
a melhorar;
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