quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"FALTOU LUZ" NARRATIVAS DE UM JUÍZO ITINERANTE Por MÁRCIO ROBERTO ANDRADE BRITO Juiz do Trabalho


FALTOU LUZ


outro dia fazíamos audiência num salão do júri no município de Taguatinga; faltou energia; mandei que abrissem as janelas; dei prosseguimento à audiência assim mesmo; sem o refrigério do ar condicionado; no calor de 40 graus; o computador portátil continuou funcionando à bateria; terminada a audiência, não pude imprimir a ata; ficou gravada na memória do computador para ser impressa e assinada no dia seguinte, já em Dianópolis, sede da jurisdição; todos saíram da audiência sem nenhum registro escrito; não havia um rumor sequer sobre o fato; nos tempos da máquina de escrever o desfecho seria diferente; a inovação tecnológica trazia naquele momento uma nítida demonstração de dependência; mesmo assim, percebi pelo comportamento dos advogados e litigantes – serenos – de que ainda há grande confiança no Judiciário pelo interior do Brasil afora;

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