quinta-feira, 27 de abril de 2017

MOVIMENTO CONTRA AS REFORMAS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIA E CONTRA A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE



Ainda existe legitimidade no parlamento?

Ontem, acompanhando a votação da Reforma Trabalhista, fui testemunha do pouco caso que os parlamentares fazem com o povo brasileiro.

Havia 441 deputados presentes, registrados no painel. Enquanto o relator da Reforma Trabalhista, Deputado ROGÉRIO MARINHO,  lia o relatório da reforma trabalhista, o plenário já estava vazio, os poucos que ali estavam sequer prestavam atenção no texto. Muitos fazendo piadinhas e soltando gargalhadas. Já estavam convencidos.

Os muitos que não estavam no momento da leitura do relatório, retornaram somente na hora da votação. Resultado: 296 a 177. Aprovada a Reforma Trabalhista.

Olhava para aquele cenário e a indignação gritava dentro do meu peito. Décadas de conquistas sendo destruídas pelos votos daqueles que se dizem representantes do povo.

Mergulhada em meus pensamentos, enquanto assistia o menosprezo dos parlamentares pelo povo, várias vezes me  perguntava: tantos parlamentares decidindo o destino de trabalhadores honestos... e quantos deles são alvos de investigação da justiça, por corrupção? Onde está a legitimidade para decidirem a vida de um povo sofrido e vítima de tanta corrupção?

No Congresso, “a casa que deveria ser do povo”, o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, agia com estupidez, desrespeitava entidades nacionais, representantes dos Advogados, do Ministério Público, dos Magistrados e proibia que os “donos da casa” acompanhassem as votações.

Fomos expulsos do plenário.

Debates sobre a reforma? Só para fazer de conta.

Democracia? Sem discussão com a sociedade? Não existe.

A maioria da Magistratura Trabalhista e do Ministério Público do Trabalho é contra a Reforma Trabalhista.

Juízes e Procuradores do Trabalho se preocupam com o cumprimento da legislação e não visam o interesse econômico.

Me espanta quando fundamentam a necessidade de reforma trabalhista, comparando a nossa realidade  com a de outros países, porque esquecem de dizer que nesses outros países existe o cumprimento das leis e das sentenças judiciais. Os cidadãos pagam o que devem, ao contrário do Brasil, onde a Administração Pública (deveria dar o exemplo) e, no entanto, é a maior demandada na Justiça por descumprimento da lei.

Conclamo a sociedade à seguinte reflexão: A quem interessa a Reforma Trabalhista? Ao trabalhador ou ao setor econômico, que quer ter menos obrigações e pagar menores salários?

Se não houver reação imediata, os direitos mínimos dos trabalhadores serão enterrados para sempre.



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