quarta-feira, 5 de abril de 2017

NOTA PÚBLICA- CUT


NOTA PÚBLICA CUT

A Central Única dos Trabalhadores, representando 3.960 sindicatos, federações e confederações, um universo de mais de 25 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo Brasil, repudia veementemente a recente declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que acusou a Central de aparelhar o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

“O Tribunal Superior do Trabalho foi o laboratório do PT, foi onde deu certo. E o aparelhamento foi exitoso exatamente no âmbito do TST. Hoje, o tribunal é composto por muitos simpatizantes que foram indicados pela CUT”, disse o ministro em evento realizado pela empresa LIDE do empresário e prefeito de São Paulo, direcionado a empresários do interior de São Paulo nesta segunda-feira, 3.

Além de ser uma agressão às instituições, a declaração de Gilmar Mendes corrobora sua postura contrária aos direitos da classe trabalhadora brasileira, como no julgamento da ação envolvendo uma escola privada que acabou com a ultratividade – caso de interesse direto do ministro que é proprietário de uma escola; e os constantes ataques à CLT e às leis que regem o país.

Ressaltamos ainda que ao proferir suas grosseiras agressões ao TST, o ministro afronta a Lei Orgânica da Magistratura que proíbe aos membros do judiciário manifestar “juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais”, bem como de se abster do ativismo político partidário a que ele é afeito, dado o farto noticiário de jantares e banquetes palacianos com lideranças partidárias na ânsia de cortejar o poder político.

Temos métrica diferente de régua ética e moral do senhor ministro. Valorizamos e respeitamos as instituições da nossa República, mesmo quando discordamos ou somos derrotados. Por isso, nos juntamos a outras instituições para nos solidarizarmos com os ministros do Tribunal Superior do Trabalho.

A CUT jamais indicou qualquer ministro ou juiz que seja, e nem poderia fazê-lo. O único acerto do ministro Gilmar Mendes parece ser o de identificar a CUT com todos aqueles que defendem os direitos dos trabalhadores, a democracia e os valores sociais da Constituição da República.

Vamos continuar participando da vida pública do Brasil, mesmo contra a vontade do magistrado, defendendo os interesses e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, para construir um país com desenvolvimento sustentável, distribuição de renda e inclusão social.

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

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